Missão Organizar as informações relevantes do universo da atividade física, conectando pessoas e gerando conhecimento, conveniência e negócios através da web. DEICHE SEU COMENTÁRIO!

sábado, 24 de setembro de 2011

Musculação - Fisiologia da Hipertrofia Muscular

Vamos tecer algumas importâncias a cerca da fisiologia da Hipertrofia Muscular, para que o  o professor de
musculação passe a não só fazer, mas também entender os mecanismos que estão envolvidos
nas respostas do tecido muscular ao treinamento e no desenvolvimento da hipertrofia. Apesar
da grane importância, apenas um livro-texto traz informações sobre o assunto. Informações
mais detalhadas e aprofundamentos ainda se restringem apenas a artigos internacionais,
raríssimas publicações em língua portuguesa.
Segundo o que foi visto nestas fontes de consulta, o processo de hipertrofia está
relacionado diretamente à síntese de componentes celulares, particularmente dos filamentos
protéicos que constituem os elementos contráteis. Sabe-se que a intensidade na síntese das
proteínas contráteis musculares é muito maior durante o desenvolvimento da hipertrofia do que
a intensidade de sua degradação, levando progressivamente a um número maior de filamentos
tanto de actina como de miosina nas miofibrilas. Além do espessamento das miofibrilas da
célula, novos sarcômeros são formados pela síntese protéica acelerada e, correspondentes
reduções no fracionamento protéico. Aumentos significativos são observados também nas
reservas locais de ATP, fosfocreatina e glicogênio. Além disso, o tecido conjuntivo que envolve
as fibras musculares sofre aumento em resposta o treinamento, o que de forma discreta,
também colabora com a hipertrofia (BOMPA, 1998; GENTIL, 2006; MAUGHAN, 2000;
McARDLE, 2003).
Sem dúvida o dano muscular é um fator muito importante para o processo de
hipertrofia. Entretanto, ao contrário do que se acreditava há poucos anos, vários outros fatores
também possuem papel determinante no aumento da secção transversa das fibras musculares.
Acredita-se, portanto, que a hipertrofia seja resultado da soma de vários fatores e diversos
mecanismos que a estimulam de forma direta e indireta. O treino de musculação, quando
adequadamente prescrito, pode promover o desenvolvimento de vários destes estímulos.
Didaticamente, eles foram divididos em Mecanismos Físicos Intrínsecos (Síntese de DNA,
Microlesões, Mecanotransdução, Células Satélites e Alterações na Osmolaridade) e em
Fatores Hormonais e Enzimáticos (Hormônio do Crescimento – Gh, IGF-I, Testosterona,
Insulina e Miostatina) (BOSCO et al., 2000).
Além destes mecanismos, hormônios e enzimas, alguns fatores inerentes ao
treinamento de musculação já são reconhecidamente como intervenientes no resultado do
treinamento. Para a hipertrofia, as repetições excêntricas, a hipóxia e o óxido nítrico interferem
diretamente nos resultados obtidos.

MUSCULAÇÃO - ASPECTOS DA PRODUÇÃO ENERGÉTICA

Quando uma pessoa realiza uma atividade considerada suave para ela, ou porque a
atividade necessita de pouca energia ou porque a pessoa está bem condicionada, apenas
algumas fibras musculares são utilizadas. Nesse caso a produção de energia ocorrerá pela via
aeróbia, porque o oxigênio que chega pelo sangue é suficiente, e alcança todas as fibras
musculares ativas. Essas atividades são chamadas aeróbias e utilizam como substratos
energéticos predominantes o glicogênio muscular e os ácidos graxos livres provenientes do
tecido adiposo. Atividades mais intensas utilizam maior número de fibras musculares.
Quando aproximadamente trinta a quarenta por cento das fibras musculares disponíveis são
recrutadas, está-se em um nível de gasto energético de transição, chamado limiar anaeróbio.
Acima desse nível de contração muscular começa a ocorrer oclusão parcial da circulação
sanguínea, impedindo a adequada perfusão de todas as fibras musculares e assim precipitando
o metabolismo anaeróbio.
Nas fases iniciais de qualquer exercício a produção de energia é anaeróbia, mesmo que
a intensidade não seja alta, porque os mecanismos de captação, transporte e utilização do
oxigênio levam algum tempo para aumentar a eficiência. Nas fases iniciais do metabolismo
anaeróbio o substrato energético predominante é a fosfocreatina, que não forma ácido láctico,
e portanto a via metabólica é denominada anaeróbia aláctica. Nas atividades mais intensas,
após alguns segundos de anaerobiose aláctica, a produção energética passa a depender mais
do glicogênio, que decomposto parcialmente leva à produção do lactato. Sempre que ocorre
aumento do lactato a atividade é chamada anaeróbia. As atividades muito curtas e intensas,
dependentes da fosfocreatina, também são anaeróbias mas sem produção de lactato. A
produção aeróbia de energia sempre está presente mesmo nos exercícios anaeróbios, embora
nas atividades intensas e muito curtas seja desprezível. No caso de exercícios contínuos
intensos como pedalar ou correr com velocidade, a produção aeróbia de energia pode chegar à
sua eficiência máxima, conhecida como VO2 máximo. Nesses casos a produção energética
depende da glicólise anaeróbia, da oxidação da glicose do músculo e do sangue, e também da
oxidação dos lipídeos intra-musculares. Estes exercícios são acompanhado de altos níveis de
lactato sanguíneo e tecidual, caracterizando atividades anaeróbias muito intensas, toleradas
apenas por pessoas hígidas.
Os exercícios com pesos são sempre anaeróbios porque a oclusão da circulação
sanguínea intramuscular é grande. Assim sendo, a aerobiose ocorre apenas nas fases de
relaxamento muscular, que permitem a circulação do sangue, e é menor do que nos exercícios
anaeróbios contínuos. Embora os exercícios com pesos sejam sempre anaeróbios, a
intensidade somente será alta quando o grau de esforço também o for. Como veremos adiante,
pessoas debilitadas por diversas doenças crônicas ou sedentarismo toleram bem exercícios
com pesos com grau de esforço sub-máximo, porque a frequência cardíaca e a pressão arterial
não atingem valores elevados. Quem puder dar continuidade na leitura do livro de Jose. M S, vai se deliciar com uma bela apresentação a cerca da musculação.

Professor: Fabio Rodrigues
Autor: Jose Maria Santarem



Por onde começar na hora de malhar