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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO PARA O PACIENTE PORTADOR DE

 Embora diferentes modelos de treinamento físico tenham sido utilizados para o paciente com insuficiência cardíaca, a melhor intensidade de exercício para
esse paciente ainda precisa ser demonstrada. A seguir, será apresentado um modelo de programa de reabilitação cardíaca para o paciente portador de nsuficiência cardíaca que tem sido utilizado na Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício, do Instituto do Coração do HC-FMUSP, cujos resultados preliminares são bastante promissores.
Em nossa Unidade, inicialmente, é realizada uma avaliação clínica, na qual o cardiologista verifica, por meio de exames físicos e laboratoriais, se o paciente tem condições clínicas para participar do programa de exercícios. Em geral, têm indicação para a realização de exercícios físicos supervisionados aqueles pacientes em classes funcionais II e III da New York Heart Association (NYHA), com fração de ejeção do ventrículo esquerdo acima de 20%. Após a avaliação
clínica, o paciente realiza uma avaliação funcional cardiorrespiratória (teste ergoespirométrico) para avaliar não só sua capacidade funcional, mas, rincipalmente, para determinar os limiares ventilatórios durante o exercício, ou seja, o limiar anaeróbio (ou limiar ventilatório 1) e o ponto de descompensação respiratória (ou limiar ventilatório 2). Posteriormente, esses limiares serão utilizados para a determinação precisa da intensidade de exercício que o paciente deverá executar.

 A utilização da ergometria convencional (teste de esforço máximo), apesar de bastante utilizada, pode apresentar limitações importantes quando se busca
maior precisão na prescrição de exercícios. Por exemplo, estudo realizado em nosso laboratório(40), em indivíduos saudáveis, em que se comparou a prescrição  de exercício a partir do porcentual de freqüência cardíaca
máxima atingida ou do porcentual de consumo de oxigênio estimado, calculado a partir de teste ergométrico convencional (prescrição indireta), com a freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio medidos no momento em que ocorriam o limiar anaeróbio e o ponto de descompensação respiratória, avaliados num teste ergoespirométrico (prescrição direta), demonstrou
que a faixa ideal de intensidade de exercício físico era superestimada quando se utilizava a prescrição baseada no teste ergométrico convencional. Além
disso, essa distorção era maior em indivíduos com menor capacidade funcional. Esse fato tem implicações clínicas. Normandin e colaboradores (41) demonstraram que a superestimação provocada pela prescrição de exercícios baseada no teste de esforço convencional, isto é, com a intensidade de exercício muito além do limiar anaeróbio, pode provocar piora na função
ventricular esquerda durante o exercício, em pacientes com disfunção ventricular esquerda. Portanto, a prescrição inadequada, além de não
provocar os benefícios esperados, pode aumentar os riscos de um programa de reabilitação cardiovascular para pacientes portadores de insuficiência cardíaca.
A prescrição de exercícios para pacientes com insuficiência cardíaca deve levar em consideração o tipo de exercício que deve ser realizado, a duração
da sessão do exercício, a freqüência com que o paciente deve praticar o exercício e a intensidade do exercício.

Professor: Fabio Rodrigues
FONTE: (apud; Rondom 2000)

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